Hoje em dia poderá tratar-se de um episódio onírico relativamente menos frequente, principalmente nas sociedades com mais recursos tecnológicos, onde este objecto em concreto e o acto de o utilizar deixou de ter uma condição predominantemente artesanal.
A analogia freudiana arado-pénis/arar-coito nasceu muito antes da psicanálise, já à cerca de três ou quatro mil anos os antigos identificavam o sulco aberto na terra com o órgão sexual feminino, e transformavam esta concepção em ritos sexuais de fecundidade. Em determinadas festividades os esposos copulavam sobre o sulco, imitando as bodas sagradas de Demeter e Jasão. O Ramayana, um dos maiores poemas épicos indianos, colectânea de mitos, comentários e notícias recolhidas da vida de um casal, demonstra representar perfeitamente esta analogia: o nome da mulher é Sita, que significa sulco.
Na antiguidade as conclusões de Artemidoro sobre este sonho são óbvias e confirmam tudo o que já foi mencionado anteriormente: Bom matrimónio, fecundidade conjugal, prole robusta e, por extensão, prosperidade nos negócios. O significado adivinhatório não sai da mesma linha interpretativa: Matrimónio feliz e eminente, embora para alguns autores isto aconteça apenas para quem esteja de alguma forma ligado à actividade agrícola. Pegar no arado promete fortuna, atrelado a cavalos ou bois indicia conclusão positiva para motivos esperançosos. Quebrá-lo é aviso de problemas profissionais e sentimentais. Arar equivale a casamento, ou para quem já é casado acontecimentos pouco importantes. Se o arado se move em direcção ao sonhador é augúrio de êxito, se o movimento pressupõe afastamento é prenúncio de obstáculos, e problemas nos negócios poderão interferir radicalmente, alterando a vida do sonhador. Em termos de psicanálise o simbolismo do arado, como já foi referido, permanece ligado à fecundidade e ao sexo. A terra arada corresponde à figura da mãe e/ou da esposa. A terra por arar tem a sua analogia no corpo de uma virgem. Os números para uma sorte fecunda são o 3 e o 56.
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